Abstract
<jats:p>Resumo Introdução: Embora a maioria das mulheres com doenças glomerulares (DG) subjacentes esteja em idade reprodutiva, existem poucas informações sobre como a gravidez afeta essas condições e os desfechos maternos. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, de centro único, envolvendo 44 gestações planejadas em 38 pacientes com DG comprovada por biópsia. Dividiu-se as pacientes em três grupos conforme classificação DRC-KDIGO pré-concepção: I) Estágios 1–2: 27 gestações, II) Estágios 3a–3b: 11 gestações, III) Estágios 4–5: 6 gestações. Dados clínicos incluíram idade, hipertensão crônica (HC), creatinina sérica, pré-eclâmpsia (PE), proteinúria. Consideramos HC, estágio da DRC antes da gravidez e PE e proteinúria nefrótica (PNu) durante a gestação como fatores de risco para progressão da DG materna. Resultados: 8 mulheres evoluíram para DRET e iniciaram hemodiálise durante a gravidez: Grupo I – 2 (7,8%); Grupo II – 1 (9,0%); Grupo III – 5 (83,3%). Nas 36 gestações restantes, observamos perda significativa de TFG (p < 0,0001) um ano após a gravidez, com maior perda no grupo II do que no I (p < 0,013). Taxas reduzidas de TFG antes da gravidez e PE durante a gravidez (p = 0,001) impactaram diretamente na perda de TFG. Também observamos alta incidência (63,6%) de desfechos fetais adversos. Conclusão: Embora a gestação seja possível para mulheres com DG, seu impacto na DG materna continua após o parto. Ter DG aumenta os riscos de desfechos gestacionais adversos. A progressão da DG relaciona-se diretamente com estágio da DRC antes da gravidez e PE durante a gravidez. Mulheres com DRC estágios 4–5 apresentam alto risco de progredir para DRET na gestação.</jats:p>